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Petrobras impulsionada pelo aumento no preço do combustível, mas o mercado fica frustrado
A decisão de anunciar o aumento dos preços da gasolina e do diesel no Brasil há dois dias pegou a própria Petrobras de surpresa. Internamente, ele sabia que a decisão poderia ocorrer antes de fevereiro, depois de tarifas de energia elétrica declinaram em média, 18% para os consumidores residenciais (questionável segundo artigo aqui postado há alguns dias), diminuindo a pressão sobre a inflação.
Mas a rapidez foi surpreendente: a decisão do governo foi anunciada na terça-feira, a fim de entrar em vigor à meia-noite quarta-feira. A decisão sobre o percentual foi aprovada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em primeiro lugar e recebeu a aprovação final da Presidente Dilma Rousseff.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, teve uma negociação maior aumento com o governo, cerca de 7%, para a gasolina. Mas a Petrobras acredita que o aumento é "bom" para aliviar a pressão sobre o seu fluxo de caixa.
A Folha verificou que estima-se que os preços dos combustíveis novos vai injetar cerca de R $ 7 bilhões em Petrobras este ano.
Por outro lado, o mercado considera o aumento insuficiente em face do ambicioso plano da empresa de investir EUA 236,5 bilhões dólares em 2016 e teme que a Petrobras terá que obter mais empréstimos para realizá-lo.
Por essa razão, as ações preferenciais caíram 4,81% e as ações ordinárias, 5,27%, enquanto o Ibovespa caiu 1,77%.
Mercado incerto
A Petrobras já tem um nível muito elevado de dívida, o que está atraindo a atenção de agências de rating, diz o analista da Planner Luiz Caetano.
Ele ressalta que a Petrobras estava contando com as vendas de EUA $ 14,5 bilhões em ativos para equilibrar a sua conta, o que não ocorreu devido ao enfraquecimento do mercado internacional. (...)
Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura [Centro Brasileiro de Infra-estrutura], diz que o mercado reflete duas frustrações de hoje: "Foi menor do que o Banco Central do Brasil havia indicado e que levou a temer que um novo aumento só ocorrerá após o eleições de 2014, porque ele foi isolado, com foco na redução de tarifas que não vai acontecer novamente ", disse ele.
PREÇOS INTERNACIONAIS
Embora a diferença entre os preços dos combustíveis no Brasil e referência internacional (Golfo do México) diminuiu com o aumento anunciado ontem, ele ainda é elevado.
As projeções de três consultores ouvidos pela Folha variam entre 6,7% (Tendências) e 11,2% (CBIE) para a gasolina e entre 19,7% (CBIE) e 21,8% (Tendências) para o diesel.
Antes da subida, a diferença entre os preços internos e externos da gasolina de 16,7%, e 23,8% para o diesel.
"O aumento ajuda um pouco, mas está longe do ideal. Petrobras ainda está tendo prejuízos com a operação", diz Walter de Vitto, especialista em petróleo da Tendências Consultoria.
Ele diz que os preços domésticos têm sido "sistematicamente" abaixo aos do mercado internacional desde o final de 2010.
http://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/finance/1223371-petrobras-buoyed-by-rise-in-fuel-price-market-frustrated.shtml.
