Equipamentos importados pela Petrobras retidos por mais de um mês
Converse com qualquer economista sobre o Brasil e você vai ouvir que, a menos que a infra-estrutura e burocracia sejam profundamente melhoradas, não há como o Brasil vai ser o "país do futuro".Aqui está um exemplo, pela primeira vez por Sabrina Lorenzi, que aponta por que os economistas transformaram termos como gargalos de infra-estrutura e burocracia em clichês quando se fala em economia brasileira. Mesmo a Petrobras, oitava
maior empresa de capital abertodo mundo pela revista Forbes, é largamente afetada por estes custos ocultos. Um reator pesando mil toneladas, importado pela Petrobras da Itália, foi "inutilmente estacionado" por mais de um mês no Porto de Rio. O otimista e competente tomador de decisão na Petrobras não pretende deixar este reator sentado à porta, mas desde que as rodovias do Rio de Janeiro não suportam o peso do equipamento, bem ele está preso lá.
A Petrobras vem estudando uma alternativa para transportar o equipamento pelo ferry para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro Estado (Comperj). É o primeiro de quatro reatores fabricados na Itália, que vão produzir diesel no complexo da refinaria em construção em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O reator chegou ao porto em 16 de agosto e recebeu a autorização para sair dois dias depois. "Por algum tempo temos vindo falar ao governo do estado ao INEA (agência ambiental do Estado do Rio de Janeiro ) para encontrar uma solução logística para o primeiro equipamento" disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, por meio de sua assessoria de imprensa.
A Petrobras espera construir um pequeno porto na região - o Porto de São Gonçalo - e uma estrada para o Comperj, antes de receber os três reatores restantes da Itália.
A Petrobras afirma que a construção da estrada e o novo porto devem levar seis meses. No entanto, antes de iniciar as obras, a empresa gigante do petróleo deve preencher um longo processo de licitação para selecionar quem será responsável pela construção e pelo projeto. Este processo lento destaca como a burocracia prejudica os negócios no Brasil.
O reator, de acordo com a Petrobras, foi construído com tecnologia para produzir óleo com baixo teor de enxofre, respeitando as novas normas ambientais na qualidade dos combustíveis. "É a primeira vez que será instalando no Brasil. Nós não temos qualquer refinaria no Brasil com este tipo de equipamento ", disse o diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa. A primeira refinaria do Comperj está prevista para começar a operar no final de 2013. A segunda unidade deverá estar concluída em 2015. Cada reator deverá produzir 165 mil barris de petróleo por dia, incluindo diesel, gasolina e matéria-prima petroquímica.
A Petrobras é a quinta maior empresa do mundo no lucro e na categoria de valor de naercado e é a única empresa latino-americana a aparecer entre os top 10. No entanto, também sofre com os custos ocultos do Brasil. Espero que este post vá reforçar a idéia de que o planejamento detalhado e conhecimento local são essenciais na hora de investir no Brasil.
By the way, alguns argumentam que a Petrobras deve pressionar o governo para abrir a área do porto onde o reator está colocado, ao público em geral. Os estudantes interessados em aprender "otimização da alocação de recursos" estariam altamente interessados. No entanto, eles ainda não decidiram se devem ser cobrados bilhetes de admissão...
http://www.forbes.com/sites/ricardogeromel/2011/09/23/infrastructure-problems-in-brazil-equipment-