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Petrobras continua exportador de petróleo
A Petrobras vai continuar a ser um exportador líquido de petróleo este ano, apesar da forte procura interna e uma falta de etanol que levou a empresa a importas gazolina pelo segundo ano consecutivo.
"Nossa projeção em termos de balança comercial deve terminar o ano em superávit," a jusante do diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, disse à Dow Jones Newswires, em entrevista exclusiva.
A Petrobras teve que importar mais barris de derivados de petróleo no primeiro trimestre, a demanda doméstica forte e uma falta de etanol de cana de açúcar provocaram um aumento no consumo de gasolina. Costa disse que as atuais projeções apontam para a inversão da tendência geral no resto do ano, mantendo o seu estatuto de exportador líquido, que a empresa alcançou em 2006.
A petroleira federal espera que as exportações de petróleo subirão com o aumento da produção durante o ano, enquanto as importações de derivados de petróleo deve cair como o consumo interno entra em uma queda sazonal, disse Costa.
A Petrobras deve importar menos diesel nos próximos meses e pode ser capaz de reiniciar as exportações de gasolina, que foram suspensos no final de 2010, como a procura aumentou, disse Costa. Antes das exportações serem suspensas, a empresa embarcou cerca de 30.000 barris diários de gasolina, principalmente para o Caribe.
"Há uma tendência de retomada das exportações de gasolina, porque estamos produzindo mais, e também um aumento substancial do petróleo bruto que vai levantar o saldo da balança comercial no positivo até ao final do ano", disse Costa.
Mas o executivo reconheceu que a robusta economia do Brasil, que expandiu 7,5% em 2010, representa um desafio.
"A demanda por derivados é muito forte", disse Costa, observando que a demanda interna por derivados de petróleo saltou 10% em 2010 e um adicional de 5% no primeiro trimestre. E a sazonalidade da safra de cana poderia significar que os dois anos consecutivos de faltas de etanol significariam uma tendência, acrescentou Costa. "Pelo que tenho observado, o que nós discutimos, possivelmente vamos ter mais dificuldades [com os suprimentos de etanol no futuro]", disse Costa.
Em termos de dólar, a imagem tem sido mais mista, como a empresa importou mais caro óleo leve e combustíveis, ao exportar o menos valioso petróleo pesado. Mas Costa disse que a empresa também espera fechar este ano com um superávit significativo "em termos de dólar, porque os preços do petróleo aumentaram.
A Petrobras - e, por padrão o Brasil - produziu mais petróleo do que consome, desde 2006, mas a companhia ainda precisa importar mais produtos de petróleo, devido à falta de capacidade de refino. Isso deve mudar até 2014, quando duas novas refinarias deverão entrar em operação: a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco e a refinaria do Comperj, no Rio de Janeiro.
"Nós vamos ser auto-suficiente em derivados com as novas refinarias", disse Costa.
As duas refinarias produzirão principalmente o diesel, que representa mais de 70% da produção. Isso permitirá a empresa reequipar as refinarias existentes para produzir gasolina. "É bem possível que em 2014 teremos as condições necessárias para igualar ou estar muito próximo para atender à demanda interna de derivados - que seria no início de 2014", disse Costa.
Outro desafio da empresa é a moeda forte do Brasil , que se valorizou mais de 40% em relação ao dólar dos EUA desde o início de 2009. Alguns fabricantes brasileiros têm sofrido , perdendo a capacidade de competir no mercado internacional e enfrentar uma enxurrada de importações mais baratas em casa. Mas a Petrobras está em uma situação única, disse Costa.
"Às vezes, a taxa de câmbio ajuda, às vezes dói. Depende do segmento [da empresa]", disse Costa. A maioria das vendas da Petrobras são em reais, assim os benefícios da empresa quando compra equipamentos em dólares dos EUA, disse o executivo.
A posição da empresa como um vendedor de commodities em reais e dólares, no entanto, foi construída em um benefício que permite a Petrobras a operar sem a necessidade de proteção de posições cambiais, disse Costa.
"Na realidade, temos um hedge natural aqui dentro da empresa", disse Costa. "Nós vendemos produtos em reais, mas também vendemos produtos, principalmente petróleo, no exterior em dólares. Portanto, temos uma compensação natural das vendas no Brasil e no exterior."
http://www.marketwatch.com/story/brazils-petrobras-to-remain-net-oil-exporter-2011-06-02
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