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Exclusivo: Brasil pode aumentar os preços dos combustíveis em até 6 por cento - fonte
O governo brasileiro pode aumentar os preços domésticos dos combustíveis nas refinarias por até 6 por cento após a eleição presidencial de outubro, uma fonte do governo disse à Reuters na segunda-feira.
O funcionário, que pediu para não ser identificado devido à sensibilidade do assunto, disse que um aumento de entre 5,5 por cento e 6 por cento é um cálculo preliminar e tem como objetivo ajudar a empresa petrolífera estatal Petróleo Brasileiro (PETR4.SA).
A presidente Dilma Rousseff, que está concorrendo à reeleição em 05 de outubro, tem mantido os preços dos combustíveis abaixo dos níveis internacionais para conter a inflação acima da meta. Essa política tem prejudicado as finanças da Petrobras, que é forçada a comprar combustível a preços internacionais e vendê-lo a preços mais baixos no mercado local.
"O aumento daria à Petrobras algum espaço no caso de haver um aumento nos preços do petróleo no exterior. Dessa forma, o governo não precisa fazer ajustes de preços abruptos", disse o oficial.
A fonte também disse que o governo sabe que não será capaz de cumprir o seu objectivo de poupança fiscal chave em 2014 devido a um abrandamento do crescimento das receitas fiscais.
Em entrevista à Reuters na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega sinalizou que o governo poderia elevar os preços dos combustíveis após a eleição e rever sua meta de superávit primário para o ano.
O superávit primário, que representa o excesso de receita do setor público sobre as despesas antes do pagamento da dívida, caiu bem abaixo das expectativas este ano. Muitos analistas acreditam que o governo terá que cortar sua meta de superávit primário de 99 bilhões de reais (43,52 bilhões dólares), ou 1,9 por cento do produto interno bruto.
Nos primeiros seis meses de 2014, o superávit primário foi equivalente a 1,17 por cento do PIB.
Os preços dos combustíveis e dos gastos públicos são fundamentais na batalha do governo para conter a inflação, que subiu menos do que o esperado, mas permanece no teto de 6,5 por cento da meta oficial.
A inflação alta e crescimento lento têm arrastado a popularidade de Dilma e elevou a probabilidade de uma votação de segundo turno segunda rodada mais tarde, em outubro.
Seus rivais, senador centrista Aécio Neves eo ex-governador Eduardo Campos (falecido depois da notícia, obviamente), têm criticado o controle de preços de combustível que comprometeram a Petrobras, que é considerada grande companhia de petróleo mais endividado e menos rentável do mundo.
Neves disse à TV Globo, na noite de segunda-feira que, se eleito, iria aumentar os preços dos combustíveis e da eletricidade, conforme necessário para restaurar a confiança dos investidores, mas não deu detalhes sobre o tamanho do ajuste.
Em julho, o preço da gasolina vendida pela Petrobras foi em média 14 por cento inferiores aos valores internacionais, de acordo com dados compilados pela GO Associados. Em novembro, o governo fez o último reajuste do preço dos combustíveis, elevando o preço de atacado da gasolina em 4 por cento e diesel em 8 por cento.
A Petrobras disse nesta segunda-feira que espera que grandes cortes na perda de dinheiro, gasolina e diesel importações, graças à crescente produção brasileira de líquidos de gás natural, que podem ser facilmente destilados em gasolina. A empresa também espera melhorias de transporte de combustível e do planejado 04 de novembro de inicialização da RNEST, uma nova refinaria perto de Recife, Brasil.
http://www.reuters.com/article/2014/08/12/us-brazil-economy-gasoline-exclusive-idUSKBN0GB26920140812
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