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quarta-feira, 5 de junho de 2013


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Petrobras: lei poderia reduzir a participação da Petrobras em campos de petróleo do pré-sal


 - Lei eliminaria exigência de que a Petrobras detenha 30% de participação e opere os campos do pré-sal

- Proposta  permitiria um maior investimento do setor privado, poderia acelerar o desenvolvimento da região

- Primeiro leilão do pré-sal do Brasil sob novos acordos de partilha de produção marcado para outubro

O Congresso do Brasil está considerando uma lei que reduziria a carga colocada na estatal Petrobras para desenvolver campos de petróleo do pré-sal, potencialmente na abertura da região ao largo da costa, promissora para maior  investimento privado do setor.

A proposta pode reverter uma provisão controversa de 2010, na revisão das leis do petróleo,  que obrigou a Petrobras a operar e manter uma participação de 30% em áreas do pré-sal sob o novo regime de partilha de produção no Brasil. O quadro regulamentar visava dar ao governo uma maior participação na área do pré-sal, onde bilhões de barris de petróleo foram descobertos sob uma espessa camada de sal quilômetros abaixo do Oceano Atlântico.

Mas o mandato para desenvolver o pré-sal coloca um encargo financeiro e de recursos pesado da Petrobras, que já planeja gastar 237 bilhões de dólares até 2017 para desenvolver uma carteira saudável de descobertas de petróleo, os defensores do projeto de lei, disseram.

"A lei atual impõe uma obrigação a Petrobras que a empresa é incapaz de assumir", disse o deputado Raul Henry. Ele propôs as mudanças depois de que a Petrobras teve um ano triste em 2012, quando  a produção estagnada de petróleo bruto e um aumento das importações de combustíveis caros levou a empresa a publicar seus piores rendimentos anuais em oito anos.

O Brasil poderia também evitar atrasos de desenvolvimento causados ​​por forçar a Petrobras a liderar a exploração e produção na área, disseram analistas. O Brasil seria capaz de realizar leilões mais freqüentes de petróleo do pré-sal e as concessões de gás natural, permitindo que empresas independentes de petróleo locais e estrangeiros para operar os blocos, aumentando assim a produção de petróleo bruto mais rapidamente.

"Ao retirar essa regra, um pouco da pressão seria removida da Petrobras, e as oportunidades seriam criadas para outras empresas", disse Ruraidh Montgomery, analista da indústria de petróleo do grupo de consultoria Wood Mackenzie. "Isso deve garantir que os recursos sejam desenvolvidos mais rapidamente do que se a Petrobras operar tudo."

O primeiro leilão de concessão do pré-sal será realizado em outubro, da Agência Nacional de Petróleo do Brasil, ou ANP, anunciada no mês passado. O leilão contará com uma única perspectiva, chamado Libra, que contém a maior descoberta de petróleo do Brasil até o momento. A ANP, que perfurou o poço Libra em 2010, estima que o prospecto tem reservas recuperáveis ​​de entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de óleo equivalente, ou BOE.

Libra será vendido sob o novo regime de partilha de produção, ou seja, os licitantes vencedores terão a parceria com a Petrobras. A Petrobras passará a deter pelo menos 30% do campo e atuará como operadora. Lances vencedores serão determinados pela quantidade que as empresas de petróleo concordarem em entregar para o governo.

Termos do leilão do pré-sal são diferentes daqueles usados ​​no leilão da 11a. rodada de blocos de exploração de petróleo e de gás natural. Nesse leilão, que não continha todas as áreas do pré-sal, as empresas ofereceram bônus de assinatura, compromissos de investimento e royalties sobre a produção futura de gás natural como parte de suas propostas e petróleo.

A venda de Libra deverá gerar grande interesse para as companhias internacionais de petróleo porque o petróleo já foi descoberto com a perspectiva. Vendas futuras do pré-sal, no entanto, serão um maior risco porque envolvem áreas com pouca ou nenhuma exploração anterior, ou seja, termos mais atraentes podem ser necessários para despertar o interesse.

Até agora, os funcionários do governo negaram possíveis mudanças. "É do interesse nacional que a Petrobras seja a operadora do pré-sal", o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, disse recentemente.

Enquanto o projeto de lei do congressista Henry ainda está nos estágios iniciais de debate, os parlamentares disseram que goza de um amplo apoio por causa do que isso poderia significar para a economia do Brasil.

"Tenho uma visão favorável sobre a possibilidade das empresas petrolíferas brasileiras e estrangeiras que investem na exploração de petróleo no Brasil sem a participação da Petrobras", disse Eduardo da Fonte, presidente da Câmara dos Deputados Minas e da Energia. "Essas empresas vão investir e criar empregos no Brasil."

A economia do Brasil tem diminuído drasticamente ao longo dos últimos dois anos, encerrando 2012 com crescimento econômico pífio de 0,9%. A maior economia da América Latina mostrou pouca melhora no início de 2013, a expansão de 1,9% ano-a-ano no primeiro trimestre.

A desaceleração criou um "senso de urgência" para acelerar o desenvolvimento do pré-sal, disse João Augusto de Castro Neves, analista sênior da América Latina do Eurasia Group. Restrições financeiras e de pessoal da Petrobras significa que a ANP só pretende vender as áreas do pré-sal, uma vez a cada dois anos. Mas leilões poderiam ser realizados com maior freqüência - talvez a cada ano - se outras empresas fossem autorizadas a operar as concessões, o Sr. Castro Neves disse.

A presidente Dilma Rousseff, que anteriormente serviu como ministro das Minas e energia, também reconhece o papel importante indústria do petróleo pode desempenhar no crescimento econômico, o Sr. Castro Neves acrescentou. O Brasil perdeu um pouco de seu brilho desde a descoberta do pré-sal foi anunciada pela primeira vez em 2007, o analista observou. "O Brasil não é mais especial", depois de as companhias de petróleo fizeram outras descobertas importantes ao redor do mundo, incluindo o xisto betuminoso e gás natural da revolução em curso nos EUA, observou ele.

O governo quer mostrar que a indústria do petróleo no Brasil está entrando em uma "fase promissora", disse Castro Neves, disse, acrescentando que a chance de suceso do projeto depende em grande parte o desempenho da economia do Brasil no resto de 2013.


  http://www.4-traders.com/PETROLEO-BRASILEIRO-PETRO-6496795/news/Petroleo-Brasileiro-Petrobras-SA-Brazil-Bill-Could-Reduce-Petrobras-Stake-in-Pre-Salt-Oil-Fields-17005600/


 

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