Reunião da Opep: cotas de produção e o preço do petróleo com três dígitos
Com o incessante caos no Médio Oriente, somado à pressão sobre os preços do petróleo provocada por relatórios de uma considerável desaceleração na economia dos EUA - o maior consumidors do mundo do petróleo - a OPEP tem se esforçado para encontrar uma posição unânime, em resposta à volatilidade dos preços do petróleo que o mercado tem assistido.
Após o Departamento de Trabalho dos EUA anúnciar a taxa de desemprego ter aumentado de 9% no mês anterior, para 9,1% agora, o Brent caiu para 115 dólares o barril mais cedo hoje, com perdas contidas, até certo ponto, por um dólar fraco.
Implicações da elevada taxa de desemprego dos EUA
O relatório divulgado pelo Departamento do Trabalho na semana passada indicou que o desemprego nos Estados Unidos alcançou seu nível mais alto deste ano, com os empregadores acrescentando uns míseros 54 mil empregos no mês passado, em oposição às previsões de um aumento de empregos de cerca de 150.000 em maio.
Este relatório seguiu-se a uma série de dados econômicos decepcionantes sobre o mercado de trabalho dos EUA, todos sugerindo que a economia está em desaceleração. De acordo com outro relatório do Institute for Supply Management divulgado na semana passada, o mês de maio também teve o crescimento mais lento no setor manufatureiro, em mais do que em ano, enquanto um relatório do Departamento de Comércio sublinhava o declínio nos gastos dos consumidores em abril.
Isso diz muito, especialmente tendo em conta que as contas de despesas de consumo são 70% da economia dos EUA. (...)
Quotas da OPEP e a opinião dos seus membros
Ao contrário do mergulho na demanda de petróleo dos EUA, o mais recente relatório publicado pela Opep, disse que dado o crescimento exponencial verificado na China, a organização terá de aumentar sua produção para 29,9 milhões de barris por dia para atender à demanda média deste ano.
Ao contrário dessas previsões, a organização, com os seus onze países membros , está produzndo uma média de 25 milhões de barris por dia, representando cerca de um terço da produção mundial.
Embora a organização intergovernamental seja composta por doze países em desenvolvimento, incluindo a Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e Venezuela, os onze membros, exceto o Iraque, estão vinculados por quotas de produção de cerca de 1,4 milhões de barris por dia. O Iraque, um dos membros fundadores da OPEP, continua a ser um membro , mas a produção do Iraque não foi parte de qualquer acordos de quotas na OPEP desde Março de 1998.
Dado que os membros do grupo, especialmente a Arábia Saudita, o líder de fato do grupo, têm bombeado bem menos que a sua capacidade total, o preço do petróleo de tres dígitos pode ser afetado por decisões tomadas no cartel. no encontro desta quarta-feira, e mesmo abaixar, se o grupo se decidir um aumento das quotas.
Embora a posição do Irã pareca estar mais na linha do "vamos-esperar-para-ver", os relatórios dizem que a Arábia Saudita e o Kuwait parecem ser a favor de um aumento das quotas, com os Emirados Árabes Unidos provávelmente seguindo o exemplo.
Isso coloca o acordo em um lugar complicado. Adotando a posição do Irã significaria que a OPEP não se preocuparia em relação aos tres dígitos do preço do petróleo e traz o risco de destruição da procura e estimula alternativas ao petróleo, uma situação que só iria piorar se a China facilitasse seu aperto atual dos mercados financeiros, ou uma recuperação no económica do mercado dos EUA.
Por outro lado, um aumento das quotas, se substancial, e se coincidir com uma conjuntura de abrandamento econômico contínuo, abaixaria os preços do petróleo significativamente .
http://www.industryleadersmagazine.com/opec-meeting-to-focus-on-output-quotas-and-triple-digit-oil-prices/
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